
O caminho para financiar um negócio, especialmente com recursos subsidiados de longo prazo, é mais do que uma simples busca por dinheiro; é uma jornada estruturada que exige planejamento, rigor técnico e uma visão panorâmica do processo. No Brasil, há um consenso de que o crescimento econômico das nações não se faz apenas com recursos financeiros, mas sim com a aplicação direta de capital em meios de produção que geram riqueza. A boa notícia é que dinheiro não é o problema no país; a carência reside em bons e ousados projetos, que sejam igualmente sustentáveis.
O acesso a esses recursos é amplo e universal, baseado em processos profissionais, legislações e normas divulgadas publicamente, não exigindo influência política.
O Foco do Financiamento de Desenvolvimento
O crédito subsidiado de longo prazo, oferecido por agentes como BNDES, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (BASA), Banco do Brasil (BB) e agências estaduais (como a DESENVOLVE SP), tem uma vocação clara para o desenvolvimento econômico.
As finalidades prioritárias do crédito de longo prazo estão relacionadas à criação de novos empreendimentos, expansão, modernização, ampliação, recuperação da capacidade produtiva, aquisição de máquinas e equipamentos, e, crucialmente, o Capital de Giro Associado.
Os projetos prioritários são voltados para investimentos em bens de capital, máquinas, equipamentos e construção civil, visando gerar riqueza e atender às demandas internas e externas.
Mapeando o Fluxo de Captação
O trabalho de captar recursos subsidiados de longo prazo não se restringe apenas a elaborar um projeto de negócios. O processo completo abrange 32 atividades, desde o contato inicial com o cliente até a liberação dos recursos.
Esse fluxo de trabalho é dividido em cinco etapas principais:
- Contatos Iniciais e Contratação da Consultoria.
- Preparação para Análise Cadastral e Aprovação da Carta-Consulta (quando exigida).
- Elaboração do Projeto de Negócios.
- Análise e Aprovação do Projeto de Negócios.
- Contratação e Liberação dos Recursos.
Um passo inicial e vital nessa jornada é a Checagem dos 10/12 Passos para Acessar o Crédito. Este roteiro funciona como uma anamnese empresarial que permite, em uma conversa de apenas 30 minutos, verificar se o cliente está apto ao crédito e se o empreendimento tem potencial de sucesso. Somente clientes com esse potencial devem ser encaminhados para as fases seguintes, a fim de evitar esforços desnecessários.
Entre os requisitos checados estão:
- Idoneidade: A empresa e seus sócios devem ter a “ficha limpa”.
- Regularidade Fiscal: Estar em dia com as Fazendas (Federal, Estadual e Municipal), INSS e FGTS.
- Recursos Próprios: O cliente deve ter capacidade de aportar uma contrapartida (o percentual varia conforme o porte).
- Garantias: Os bancos geralmente exigem garantias que correspondam a 130% do valor financiado.
- Capacidade de Pagamento: O projeto deve demonstrar que o novo faturamento será suficiente para cobrir custos operacionais e as prestações.
A Necessidade do Projeto: Quando Sim e Quando Não
O mercado contemporâneo, buscando maior eficiência nos procedimentos de concessão de crédito, tem levado alguns bancos a dispensarem o projeto em casos de valores mais modestos, que podem chegar até R$ 1 milhão. Além disso, para a finalidade de Capital de Giro Isolado (não associado a investimentos fixos), a exigência de um projeto formal também pode ser evitada.
Em situações em que a elaboração do projeto não é exigida, o projetista tradicional fica de fora. Mas o Consultor de Captação de Recursos está incluído em todas as situações.
Ainda que o documento possa ser dispensado em algumas operações, a necessidade de planejamento e análise permanece inegável:
- Mensuração de Fatores Críticos: Um projeto é o único instrumento capaz de mensurar todos os fatores críticos de um negócio antes que ele seja implantado. Não se concebe, por exemplo, construir uma casa sem um projeto arquitetônico, muito menos alocar R$ 500 mil no caixa de uma empresa, endividando-a, sem um plano detalhado de uso do dinheiro.
- Sustentabilidade e Viabilidade: O projeto deve demonstrar que o empreendimento é sustentável do ponto de vista econômico, ambiental e social.
- Capacidade de Pagamento: O critério mais relevante para a concessão do crédito é a capacidade de pagamento— ou seja, o negócio deve gerar recursos suficientes para reembolsar o financiamento. Este estudo só pode ser realizado com precisão através de um projeto sólido.
- Risco de Devolução: A falta de um projeto sólido tem sido identificada como o fator número 1 que dificulta a concessão do crédito para PMEs. Projetos mal elaborados dificultam a liberação do financiamento.
Portanto, mesmo que o projeto seja dispensado, o consultor precisa utilizar ferramentas de projeção financeira simplificada para garantir que o cliente só seja encaminhado ao banco se tiver potencial de acesso ao crédito.
O Critério Decisivo: Capacidade de Pagamento
O critério mais relevante para a concessão de crédito é a capacidade de pagamento. Isso significa que a amortização da dívida deve ser ajustada ao fluxo de caixa gerado pela própria aplicação. Em outras palavras, quem paga o financiamento é o resultado das atividades do negócio, e não o patrimônio do cliente.
A capacidade de pagamento reflete a capacidade de geração de caixa. Se o projeto não demonstrar capacidade de pagamento, o financiamento não será aprovado, pois isso indica ausência de sustentabilidade financeira e o risco de o empreendimento estar “fadado ao fracasso”. O Sistema de Elaboração e Análise de Projetos (SEAP) é uma ferramenta desenvolvida para registrar os valores e textos necessários, realizando cálculos complexos para responder à questão crítica: A capacidade de pagamento é suficiente para amortizar o financiamento?.
Capital de Giro e Recursos Próprios
O Capital de Giro faz parte do investimento do projeto e é considerado um capital de trabalho permanente. Ele pode ser financiado pelos bancos de desenvolvimento quando está associado aos investimentos fixos. O capital de giro associado é aquele necessário para suportar a ampliação da produção e pode ser financiado com as mesmas taxas, prazos e carências dos investimentos fixos, o que é uma grande vantagem.
A necessidade de capital de giro é calculada pelo SEAP com base no ciclo operacional e nas políticas de compras e vendas da empresa.
Quanto aos Recursos Próprios (contrapartida), o percentual exigido varia (podendo o financiamento cobrir de 50% a 100% do total). Os bancos exigem a comprovação da disponibilidade desses recursos em ativos de alta liquidez, como dinheiro em conta-corrente.
Conclusão: O Valor do Consultor de Desenvolvimento
A jornada do capital para financiar um negócio é complexa, exigindo muito profissionalismo. O profissional que atua nesse mercado é mais valorizado se tiver uma visão panorâmica e se apresentar como Consultor de Desenvolvimento ou Consultor Financeiro, em vez de se limitar a ser um mero “Projetista”.
O Consultor de Desenvolvimento está apto a conduzir com êxito todo o processo de captação de recursos, independentemente do porte do negócio, da finalidade do crédito (investimentos fixos ou capital de giro) ou do agente financeiro. A garantia de um processo de sucesso se baseia na qualidade do trabalho, garantindo que o pedido de financiamento atenda rigorosamente aos critérios técnicos, econômicos e financeiros exigidos.
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