A fase final do processo de captação de recursos, que envolve a elaboração e o encaminhamento do projeto de negócios ao agente financeiro, exige uma organização rigorosa e lógica dos documentos. A celeridade do processo de análise do projeto depende diretamente de quão ordenadas as informações são apresentadas.
Para garantir que o projeto seja compreendido de forma simples e rápida pelo analista, é crucial dominar as técnicas de organização digital e o empacotamento da documentação. Este guia completo apresenta os passos essenciais para entregar sua proposta de financiamento ao agente financeiro de maneira eficiente e sem falhas.
1. A Revisão Final: Assegurando a Conformidade e Solidez
Antes de empacotar e enviar o projeto, a primeira preocupação é garantir a solidez e a ausência de erros.
1.1 Verificação dos 12 Passos para Acessar o Crédito
O roteiro de anamnese empresarial, que contém os 12 passos para acessar o crédito, deve perpassar todo o processo de captação de recursos, do início até a aprovação do projeto. No momento da entrega, esses 12 passos devem estar memorizados, servindo como um fio condutor da segurança do consultor em relação à possibilidade de êxito do pedido de financiamento. Uma verificação final é necessária para corrigir qualquer falha, evitando o que se chama de “idas e vindas” para justificativas e revisões.
1.2 O Diagnóstico de Erros Lógicos no SEAP
Para projetos elaborados com o Software SEAP (Sistema de Elaboração e Análise de Projetos), é recomendável gerar o Diagnóstico do Projeto. Este relatório atua como uma fotografia da situação do trabalho realizado no SEAP, apresentando um resumo das informações gerais e, crucialmente, observações sobre eventuais erros lógicos de utilização do software. O ideal é que este relatório não apresente nenhuma observação no campo de pendências.
2. Organização da Mídia Digital (CD ou Pen Drive)
Toda a informação que é entregue em papel deve ser também entregue de forma digitalizada.
2.1 Escolha da Mídia
O ideal é utilizar um CD para o encaminhamento da documentação digital. A preferência pelo CD se dá porque essa mídia pode ser protegida contra alterações, servindo como um documento que registra exatamente as informações entregues ao agente financeiro e ao cliente. Embora o PEN DRIVE seja uma alternativa, o CD é o meio recomendado para maior segurança e registro.
2.2 Estrutura de Pastas para Eficiência
Os arquivos digitais não devem ser gravados de qualquer maneira. Uma estrutura de pastas bem-organizada facilita o acesso pela análise e pelos dirigentes que compõem as alçadas de decisão. Os dirigentes e gestores dos agentes financeiros frequentemente acessam as informações dos projetos em seus tablets e smartphones; portanto, quanto mais organizadas as informações, mais rapidamente as decisões serão tomadas. As pastas que devem ser criadas no CD (ou Pen Drive) para a organização dos arquivos digitais incluem:
• Projeto Exportado do SEAP e os Relatórios em PDF.
• Avaliações dos Bens dados em garantia.
• Certidões.
• Demonstrativos Contábeis.
• Informações de Endividamento.
• Escrituras.
• Parte Descritiva do Projeto.
• Pastas adicionais para Projetos Arquitetônicos e Cartas-Propostas, se aplicável.
2.3 Conversão para PDF
Os relatórios do SEAP, que subsidiam as informações das projeções, devem ser impressos e também gravados em PDF para comporem as informações digitalizadas. Pode-se utilizar um software que instala uma impressora virtual, como o “CuteWriter” (disponível no pacote soluções na pasta “Softwares para todos os Bancos”), que transforma qualquer documento em PDF.
3. Conteúdo Obrigatório do Pacote Digital e Impresso
A documentação deve ser organizada em volumes separados (capa dura para o descritivo e espiral para os relatórios/anexos) para transmitir uma impressão de alta qualidade e aumentar a receptividade ao trabalho. Os documentos essenciais são:
3.1 O Arquivo do Projeto e Relatórios SEAP
Para o Banco do Nordeste (BNB), é obrigatório exportar o projeto concluído no SEAP para o CD, pois o analista do banco utiliza o mesmo software para análise. O SEAP gera alta produtividade ao banco, pois os dados não precisam ser redigitados e alimentam outros sistemas internos.
Os relatórios obrigatórios do SEAP (que devem ser impressos e em PDF) podem ser selecionados e emitidos de uma vez só utilizando o Gerenciador de Relatórios no menu PROJETO. Entre os relatórios obrigatórios estão:
• Sumário
• Diagnóstico do projeto
• Apresentação e objetivos do projeto
• Identificação do cliente
• Aspectos Ambientais
• Produção e venda – Atividades e Produtos
• Custos fixos e variáveis
• Programa de Inversões/Esquema de financiamento
• Usos e Fontes do projeto e Gráfico de Usos e Fontes
• Garantias
• Projeção de Resultados – Operação em estudo
3.2 A Parte Descritiva do Projeto
Para projetos de médio e grande porte, o ideal é usar um processador de texto (como o Microsoft Word) para a parte descritiva, utilizando um roteiro completo (como o da GigaMedia Consultoria, que possui uma estrutura universal).
A parte descritiva deve ser cuidadosamente verificada para garantir coerência geral entre os números dos módulos de cálculos (SEAP) e os comentários. Além disso, deve-se utilizar um português escorreito, preferencialmente com uma linguagem simples e de fácil compreensão, evitando solecismos e redundâncias.
3.3 Anexos e Documentos Adicionais
Os anexos obrigatórios mais comuns (e que devem ser digitalizados) incluem:
• Licenças Ambientais e Alvarás (instalação e funcionamento).
• Certidões de ônus e Certidões negativas de débitos.
• Informações contábeis completas.
• Cartas-propostas de bens a serem financiados.
• Projetos arquitetônicos e Orçamento de construção civil com cronograma de execução.
• Contratos vigentes de financiamentos.
• Cópia das fichas cadastrais e dados da avaliação de bens.
Uma organização eficiente e lógica dos documentos, tanto na forma impressa quanto digital (em CD ou Pen Drive), assegura que o analista possa rapidamente compreender as ideias centrais do projeto. É essa precisão, clareza, transparência e simplicidade que irá impactar decisivamente no resultado final, facilitando a concessão de um parecer positivo por parte do agente financeiro.
O artigo demonstra que a aprovação não depende apenas da qualidade do projeto, mas da sua organização final. Dominar a estrutura de pastas, a geração dos relatórios corretos do SEAP (como o Diagnóstico) e a coerência dos anexos é uma etapa técnica crucial, não meramente administrativa.
A Formação de Consultores de Captação de Recursos da GigaMedia ensina exatamente este processo. O curso detalha a metodologia de “empacotamento” (incluindo o roteiro descritivo e a organização digital) que garante clareza ao analista, evita as “idas e vindas” e acelera o parecer positivo.
https://www.gigamedia.com.br/cursos/captacao-de-recursos/