
A construção de uma carreira em consultoria, especialmente
no setor de captação de recursos, exige não apenas excelência técnica e visão
de negócios, mas, primordialmente, uma base sólida em fundamentos éticos.
A ética é o verdadeiro passaporte para o futuro iluminado das organizações,
pois proporciona credibilidade.
A abordagem ética não deve ser confundida com moralismos,
modismos ou o receio de punição. Em uma perspectiva racional, a ética no mundo
dos negócios significa sustentabilidade e progresso. É um princípio que
deve ser lembrado, pensado e falado no âmbito do trabalho.
Entender a ética de forma consciente é essencial para que
ela se torne aplicável ao mundo dos negócios. Ações e decisões que seguem
preceitos éticos sempre serão as mais vantajosas, pois cada parte interessada
se beneficia ou se prejudica no curto, médio ou longo prazo com suas próprias
atitudes, dependendo do grau de ética aplicado.
O Princípio Cardinal: O Foco no Foco do Cliente
O princípio central que sustenta relações de negócios justas
e duradouras, e que garante uma remuneração adequada, é o foco nos resultados e
benefícios mensuráveis proporcionados ao cliente.
Como consultores, o nosso foco deve ser o “foco do
cliente”. O empresário, por sua natureza, valoriza o trabalho do
consultor se e somente se este for um instrumento de geração de resultados
para ele.
É crucial compreender que o mercado não raciocina
primordialmente por preço, mas sim por ROI (Return On Investment). Os
empresários estão dispostos a pagar o valor solicitado, desde que os serviços
proporcionem resultados atrativos e mensuráveis.
A Lei da Meritocracia na Seleção de Oportunidades
A meritocracia exerce grande influência no
desenvolvimento de uma sociedade ética e próspera, estimulando relações
duradouras, a sustentabilidade dos negócios e a qualidade ascendente dos
produtos e serviços.
Na prática da consultoria, a ética impõe a necessidade de o
profissional selecionar seus clientes, ponderando com rigor a seriedade das
iniciativas empresariais. O consultor não é obrigado a aceitar qualquer
negócio.
Para garantir o sucesso e a idoneidade da atuação, a
atividade de “Checagem dos 10 passos para acessar o crédito” é
fundamental, pois indica a probabilidade de a prestação de serviços ser
realizada com êxito. Essa checagem deve estar presente no fundo da mente do
consultor durante todo o processo. O recebimento de um “sinal” na
assinatura do contrato de prestação de serviços só deve ser realizado se houver
segurança sobre a possibilidade de êxito em todo o processo.
O Compromisso com a Realidade e a Transparência
Um dos pilares da ética profissional é a aderência
irrestrita à realidade. As informações contidas no projeto — incluindo preços,
custos, capacidade produtiva, experiência dos sócios, qualificação da equipe,
estudo do mercado, e descrição da engenharia e da tecnologia — devem
refletir a realidade. Essas informações são obtidas com o empresário e com
o corpo gerencial, técnico e administrativo da empresa.
A responsabilidade do consultor vai além de simplesmente
registrar dados:
1. Comunicação da Viabilidade: O que é escrito no
projeto deve corresponder ao que o consultor realmente acredita.
2. Busca por Alternativas: Se for detectada a falta
de viabilidade econômico-financeira, o consultor deve informar o empresário e,
junto com ele, tentar buscar alternativas racionais para tornar o projeto
viável.
3. Prevenção de Naufrágios: Se o projeto não tem
sustentabilidade, o consultor prestará um grande serviço ao empresário
ao impedi-lo de entrar em um negócio fadado ao naufrágio.
4. Persuasão Ética: Apenas se o projeto for bom e o
consultor acreditar totalmente nele é que ele deve utilizar uma linguagem
persuasiva de venda para demonstrar que o investimento vale a pena.
A integridade profissional se manifesta também na qualidade
da comunicação. Visto que o consultor produz material escrito o tempo inteiro,
é necessário que ele utilize um bom português. A escrita deve ser simples e de
fácil compreensão, mas deve obedecer à norma da língua, evitando solecismos e
redundâncias.
Em resumo, a ética, em sua perspectiva racional, garante a sustentabilidade
financeira da atividade de consultoria e atrai os melhores profissionais.
Ações éticas e de alta qualidade resultam em credibilidade, posicionando o
consultor como um profissional de alta reputação no mercado.
